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quinta-feira, 10 de julho de 2014

FILARMÔNICA MONSENHOR HONÓRIO - A BANDA DE MUSICA, SEMPRE NAS NOSSAS RECORDAÇÕES


Quando criança na minha pequena cidade, depois da professora, a pessoa mais importante para mim era o Maestro da Banda.  Não tive dom ou habilidade para a música, mas sempre gostei da boa música e então o Maestro Roque, depois da Professora Nair, era a pessoa mais importante da cidade. Ao me recordar da sua imagem, vejo-o um misto de Castro Alves e Balzac, foi assim que ele ficou na minha memória. E hoje, quando vejo uma Banda com seus dobrados retorno à minha pequena e querida aldeia na praça onde aos domingos a Banda de Música fazia suas apresentações nos Coretos, naqueles dezembros marcados com perfume das Sibipirunas, o perfume da minha cidade. Agora, chega o memorialista Getúlio Teixeira com suas incontáveis lembranças de Macau, entre elas a da Banda de Música.  Os que viveram com Getúlio essas boas lembranças decerto gostarão de recordá-las, os que não viveram, lamentem, pois perderam um tempo de inocência e felicidade que o capitalismo trucidante não deixa mais voltar. A Filarmônica uma senhora com mais de 100 anos. Durante muito tempo foi chamada carinhosamente de Furiosa. Sua Sede, por algumas décadas, estava situada num prédio simples ao lado da Igreja Matriz, onde os maestros faziam os ensaios e mantinham uma escola preparatória de músicos.  Alguns maestros comandaram a Banda por muitos anos, entre eles o Mestre Avelino, exímio clarinetista, saxofonista e compositor, Seu Antonio Rozendo, militar reformado da Policia,  Seu Augusto, prata da casa, foi quem teve na regência por maior tempo, Henrique, trompetista, participou da orquestra de Waldemar de Almeida e acompanhou grandes cantores na Rádio Poti, depois de um acidente foi  para Macau ser Maestro da Banda de Musica e  Castro, sargento da Policia Militar e quem mais incrementou a Banda, dedicando-se à formação de jovens músicos. Pela Banda de Macau passaram excelentes músicos, entre eles, Luiz de Madalena que tinha domínio total sobre o trombone e sua presença garantia a qualidade da execução das musicas. Era um músico presente tanto nos grandes bailes de carnaval como nos pastoris, no cabaré de Zé Lemos, na Coréia e nos desfiles das Escolas de Samba, Alberto Dantas, conhecido como Betinho, dominava o clarinete com maestria, era de Carnaúbas dos Dantas e tinha a vaidade de dizer que era sobrinho do grande maestro Tonheca Dantas, Orlando Silva, o Cadete era o homem do tarol principal da banda.  A Banda, por algum tempo foi composta por músicos de uma mesma família: a de Zé Rita tocador de tuba e seus filhos,  Assis, que tocava prato,  Seu Bira que tocava tuba e Juarez que tocava saxofone. Da família de Zé Badalo tinha Armando tocando bombardino, Mário tocando trompete e Alfredo tocando bombardino,  da família de Chico Ourives, ele clarinetista, o genro, Luiz de Madalena, trombone e Vada que tocava tarol.  Os músicos eram praticamente amadores e só foram profissionalizados pelo Prefeito Kidinho, que reconheceu a profissão tornando-os funcionários municipais. Antes, eles recebiam por tocatas oficiais e pelos ensaios.As tocatas eram obrigatórias nas festas religiosas como as de Nossa Senhora da Conceição, a Festa dos Navegantes e as novenas de maio. Já as tocatas oficiais eram as solenidades da Prefeitura e as retretas aos domingos, a grande alegria da Praça da Conceição.  Às quatro horas da tarde o misto de jardineiro e zelador da Praça, Severino Royal trazia as cadeiras e arrumava na Coluna Centenária para apresentação da Banda. O apelido de Royal tinha ver com a Banda.  Certa ocasião Seu Albino, o prefeito, assistia a retreta da esquina da loja de Amaro do Vale e mandou um recado por Severino para o maestro para a Banda tocar Royal Cinema.  O velho jardineiro atrapalhou-se com o recado e disse ao maestro Royal Briar que era um perfume popular na época. A conversa espalhou-se e ao nome de Severino, o povo acrescentou o Royal. Nas festas religiosas, a alvorada era às cinco horas e a tocata às doze horas, quando os músicos saíam da Sede e caminhavam tocando até a esquina da Praça Monsenhor Honório, onde encerravam a apresentação. Era muito comum, marítimos e estivadores convidarem toda a Banda para suas residências onde os esperavam uma mesa com tira gosto e bastante bebida. A presença da Banda na casa de uma pessoa representava status. Como na musica de Chico Buarque, quando a banda passava as mocinhas corriam para a janela, os meninos a acompanhavam imitando os passos dos músicos, os bebuns largavam o copo e corriam para calçada e os mais tristes sorriam e aplaudiam a execução dos dobrados. 
A Filarmônica Monsenhor Honório foi fundada no ano de 1910, pelo Padre Joaquim Honório da Silveira, que trouxe do pará o regente Constantino,
batizada com o nome de Xaranga Nossa Senhora da Conceição, era composta na época por 12 (doze) músicos e pertencia a paróquia.
Em 1960, a Prefeitura assumiu a direção da mesma, equipando com instrumentos, fardamento, entre outros materiais. Em 1969, 
assumia a regência da banda o Maestro Cicero Martins de Castro, que batizou "Filarmônica Monsenhor Honório". Atualmente a Filarmônica Monsenhor Honório e composta por 49 músicos, o regente e o Maestro Fabio e seu auxiliar Monitor Dailson. Fontes: Getulio Texeira, Claudio Guerra  e Fundação de Cultura

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