Numa época em que os recursos eram escassos a maternidade foi construída com verbas do tesouro municipal no bairro do Valadão. Contam que o prefeito João Melo acompanhava de perto cada tijolo colocado. Inteligente, com visão ampla do futuro, criou a Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Macau (APAMI) envolvendo pessoas da comunidade. Sob a orientação do Ministério da Educação e Saúde, guarda como princípios “zelar pela saúde, bem estar e as necessidades da infância... Esse era o sonho de João Melo que a população macauense no final dos anos 40 recebeu como presente de Natal. Contando com diversos profissionais que se doaram ao longo dos anos, a Maternidade José Varela tem muita história bonita para contar. Muitas vidas chegaram ao mundo graças ao esforço coletivo de médicos, parteiras, enfermeiras, auxiliares, bioquímicos, vigilantes, que levaram adiante a missão traçada por João Melo. Tornou-se referência em toda a região sendo reconhecida até pelo UNICEF pela boa qualidade do atendimento. Atravessou bons e maus momentos, sempre dependendo das verbas públicas e esta não é a primeira crise que a atinge. Superou muitas dificuldades. Em 1982 quase foi leiloada. No dia 16 de julho de 1982, o médico José Antonio Menezes, filho de Macau, ainda bem jovem assumiu a presidência da APAMI e conduz até hoje os destinos da Maternidade.
Atualmente a Maternidade, com 30 leitos, sobrevive com poucos recursos do SUS e um pequeno repasse da Prefeitura de Macau, que somados não chegam a 40 mil reais. A estrutura antiga está comprometida e condenada pela vigilância sanitária que exige adequações. Os vinte e dois funcionários ainda não viram a cor do salário este ano. Teve tempo em que a CAERN determinou o corte do fornecimento de água, o débito ultrapassava 6 mil reais. Não há mais onde buscar recursos, pois o governo do Estado até aqui não demonstrou interesse em colaborar. Texto: Wallacy Atlas
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